SP começa testagem de Covid-19 em comunidades quilombolas

O Governo de São Paulo dará início à testagem de Covid-19 em comunidades quilombolas. Os primeiros testes vão ocorrer na comunidade de Peropava, na cidade de Registro, localizada no Vale do Ribeira. De acordo com anúncio feito pelo governador João Dória, na quarta-feira (29), apenas nessa comunidade serão testados 120 remanescentes.

A testagem será feita com exames sorológicos, os chamados testes rápidos, que identificam se a pessoa já teve o vírus e desenvolveu anticorpos. Outro exame, o de RT-PCR, que aponta a presença do material genético (RNA) do vírus, será feito em pessoas que apresentarem sintomas ou que tiveram contato com pacientes confirmados para Covid-19.

Segundo a Agência Brasil, Dória informou que planeja testar a totalidade das comunidades indígenas e quilombolas do estado nos próximos 20 dias. Além da testagem, o governo pretende distribuir cestas básicas, cobertores, máscaras e álcool em gel para as 32 famílias residentes nesse local.

"Essa iniciativa é mais uma etapa do programa de testagem em comunidades vulneráveis do governo de São Paulo em parceria com o Instituto Butantan. A meta é chegarmos a 233 mil testes em pessoas de populações vulneráveis, incluindo indígenas, quilombolas, moradores de comunidades carentes, idosos, moradores de abrigos, além daqueles que já foram testados, que são servidores públicos em contato direto com a população como profissionais de saúde e de segurança pública”, disse Doria.

Quilombolas e o novo coronavírus

Na penúltima semana, comunidades quilombolas do Brasil confirmaram 875 novos casos da Covid-19. Os números, atualizados pela plataforma Observatório da Covid-19 nos Quilombos no dia 20 de julho, mostram que, ao todo, 136 quilombolas morreram da doença e há 3.465 casos confirmados. Outras 797 suspeitas de contágio estão em monitoramento.

De acordo com o governo, a ampliação da testagem já atendeu cerca de 1,5 mil indígenas do litoral sul. Também foram feitos exames em comunidades carentes: 2.860 exames foram realizados nas comunidades do Jardim Pantanal e de São Remo, na capital. A testagem deve alcançar os bairros de Brasilândia e Heliópolis, na capital paulista, ambas regiões de população vulnerável.